O presente estudo investiga a trajetória histórica do engenho São João, situado no povoado Barreiros, município de Arari (MA), destacando fatores que contribuíram para a sua permanência produtiva até o tempo hodierno; mesmo diante do contexto regional, marcado pela falência dos engenhos ainda na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1970 e 1990. Metodologicamente, a pesquisa, qualitativa, incluiu levantamento bibliográfico, documental e trabalho de campo para identificar a cultura material, enfocando os equipamentos, infraestrutura e técnicas produtivas preservadas. O engenho São João é composto por um trapiche horizontal de mesa com três cilindros, fabricado em 1860 em Liverpool, na Inglaterra, pela empresa Fawcett Preston Engineering Company, e que chegou a Arari por volta de 1870. Os resultados revelaram que a estrutura produtiva do engenho preservou sua tradicionalidade, apesar das transformações econômicas e tecnológicas ao longo do tempo. A moenda, inicialmente movida por tração animal no século XIX, passou a ser acionada por um sistema de caldeira a vapor, que esteve em funcionamento até 1969, quando foi substituída por um motor japonês a combustão, modelo Yanmar NT110cc, seguindo em operação até os dias atuais. Sua continuidade deriva da combinação entre estratégias familiares, adaptação produtiva e conexão com o mercado, consolidando-se como um testemunho das transformações na economia açucareira maranhense. Reflete, ainda, a influência da tecnologia estrangeira e das redes comerciais internacionais na modernização dos engenhos maranhenses desde o século XIX.

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