Willian Carboni Viana

A região de planejamento dos Eixos Rodoferroviários, situada na parte Centro-Norte do
estado do Maranhão, despontou como uma das maiores zonas produtivas de arroz nos anos 1970 e 1980
– acompanhando o processo de expansão estadual dessa cultura. Entretanto, a produção não se manteve
nas décadas seguintes, sendo reduzida de maneira expressiva desde então, evidenciando instabilidades
atreladas ao alcance dos desenvolvimentos técnicos e tecnológicos, a estrutura fundiária concentrada,
ao suporte do governo aos grandes empreendimentos e a variação nas tomadas de preços (fatores que
parecem reproduzir a lógica capitalista). Diante do exposto, o presente escrito tem o objetivo de traçar
o perfil dos produtores de arroz da região em tela, com vistas a contribuir no entendimento de como se
processa, atualmente, a cadeia produtiva da rizicultura no cenário regional. Para isso, foram aplicados
questionários semiestruturados com os produtores locais e consultadas fontes secundárias de pesquisa,
numa opção metodológica que se aproximou da abordagem qualitativa. Pelo que se pode perceber o
estabelecimento de uma rizicultura patronal consolidada há pelo menos 30 anos por produtores gaúchos,
em oposição aos pequenos lavradores em sistema de campesinato. Os grandes e médios produtores
melhor estruturam seus estabelecimentos, ao passo que os pequenos exprimem dificuldades de diversas
ordens, desde aquisição de maquinário à inserção do seu produto no mercado, demonstrando-se a
necessidade de intervenção, nomeadamente, por meio de programas de regulação, os quais devem levar
em conta os fenômenos de reterritorialização e recomposição social.
Palavras-chave: Rizicultura. Produção. Comercialização.

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